quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Sputniks foram maiores que os Beatles

Dia desses fiquei pensando no problema que sempre tive com reggae, o estilo musical. Vejo o valor, mas nunca via a necessidade. Os verbos sinalizam os porquês.


Entendo o reggae como o tal grito do terceiro mundo (isso é bem patético, há); como um estilo musical singular; que marley, tosh, livingstone, perry, robbie, entre outros (muitos) tem um talento musical imenso. Mas sempre tive problemas com reggae. Essa parte, ok, foi a do valor.

A disco music sofreu preconceitos. Pode-se escre/ver isso com caixa alta. Preconceito. "Disco sucks", protesto feito por rockeiros e agentes brancos. Negros e/ou homossexuais fazendo sucesso? Ahh, isso minha democracia americana nunca permitirá, pelo menos não por um tempo maior que o de um Problema. E a música disco é enterrada. E depois executada por rockeiros brancos, há. Lembrem de "da ya think i'm sexy?", de rod stewart, ou "miss you", dos stones, entre muitos outros. Não se preocupe, o reacionário em você gostou. Assim como gostava quando esses mesmos sugavam a black music dos anos 50 e 60. Isso tira um ou dois méritos de faces ou stones, mas não a ponto de reduzí-los a lixo. Discos excelentes foram feitos a partir dessa reciclagem, uma palavra amena para o rock "furioso".
Gosto de the clash, mas não ouvia reggae. Novamente os verbos. A fusão de ritmos, acho isso interessante neles, sabem mesclar. Reggae. Seria um preconceito meu?
Também sou fã demais de little richard pra ter preconceitos desse, hun, estilo. Me permito outros, assumo.
Sempre tive problemas com boys. Não rudeboys. Aqueles seres criados com toddy, bate-estaca e academia, cultuadores de corpos suados e tatames, um certo tipo homoerótico que não me convence, que não me atrai como richard (abro aspas aqui para também me assumir como fã de misfits, 'massa sonora', he).



Eles (os boys, mauricinhos 'na onda' inclusos) destruíram o reggae pra mim. Minha adolescência ficou marcada com isso. Fã de reggae "sarado", que ouve reggae 'pra pegar muié'. uff. dói.

Tentando uma conclusão disso: você pode gostar ou passar a odiar uma música ou estilo musical por motivos além da própria música. Foi a conclusão mais óbvia e tola deste blog até então, mas impossível não ser dita. Pessoas ao redor, momentos, ou, como diria dylan, melancias, podem direcionar seu gosto. Seja musical, seja cinematográfico, seja social.
Fãs e guetos podem detonar um artista para pessoas fora dele, não que as vezes eles não mereçam, mas é sacanagem pensar que raul seixas merecia seus próprios fãs. Já os do jota quest...
Ah! Voltando ao indivíduo VOCÊ. Não pense que seu gosto estritamente pessoal vai alterar o mundo ao seu redor. É uma escolha individual, ninguém lucra com barreiras, a não ser que você tenha lucros com pedágio. E uma banda durar 40 anos não significa nada, assim como o gosto e as vontades de alguém que não muda, e assim como um diretor filmar o mesmo filme de dois em dois anos. Com isso, são duas frases panfletárias num só parágrafo. Bob marley é gênio. Peter tosh era mais. Confio nesse tempo verbal. Ahn, três frases.


* - sputniks duraram um mês de ensaio e um ou dois shows, acho. roberto, erasmo, tim e jorge se deram bem com isso, com certeza.