segunda-feira, 29 de junho de 2009

I'm Free, You are One. We are Four!

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Nem todos são Pablo Picasso.
Óbvio.

E não vou agora começar com aquela idéia cretina-auto-ajuda de "pelo menos tente".

Mas já pensou em fazer algo pelo menos para marcar, nem que seja por 2, 3 minutos?

Virar marca.
Não ser marcado.
Porque todos nascem marcados.
Para serem profissionais.
Pais de família.
Mortos-vivos.

Agregados.

Desgraçados.

Gosto da idéia dos chamados one-hit-wonder.
Numa tradução simples: fazedores de um sucesso só.
Pode ser música.
Mas pode não ser também.

Só lembro de cabeça de:
01 quadro de Verocchio.
01 filme de Kevin Smith.
01 música de Gordon Lightfood.


.....................Gordon Lightfoot - Sundown

Nenhum deles foi igual a Dylan, ou Da Vinci.
Ou Hitchcock.

Porém, me lembro deles.
Vou me lembrar de você?

Espero lembrar de mim mesmo.
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segunda-feira, 22 de junho de 2009

The Times They Are-A-Changing

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Estava eu ontem fazendo algo que normalmente não faço.
Assistindo durante certo tempo a tv aberta.
Bom, desculpa na ponta da língua:
esperando para ver os gols de meu time, que por incrível que pareça anda animando esse ano.

O problema é que liguei a tv muito cedo, e como era fim de domingo, fiquei com preguiça até de mudar de canal.

Quando, de repente, surge ela, ex-asdrubal trouxe o trombone (e junto a mala), Regina Casé.

Eu semana passada andei tendo certa esperança na humanidade, mas essa mulher em 5 segundos de exposição no tubo catódico faz tudo cair por terra.

Não, o ser humano não evolui.

Não sei qual é o maior problema;
nem sei se for esse o problema;
se é inteiramente culpa dela ou pressão global:
achar que todo brasileiro nasceu no Leblon.

Mas que ela é uma das embaixadoras do Rio-tipo-exportação-para-o-resto-do-país-uma-vez-flamengo-sempre-flamengo, isso ela é.

Então, mais uma vez senhora Casé.
Ela tem a manha de transformar uma idéia mais ou menos em algo terrível.
A idéia do esquete: gírias que saíram de moda.



Gary Glitter - Rock'n'Roll Pt. 02 (moda anos 70 que papai não quer lembrar)


É engraçado.
Não o esquete.
Mas como Regina Casé parece também a representante número 01 dos velhos que acham que são jovens.
Nada contra pessoas que tentam manter o pique, em forma, etc.
Mas alguém de 50 anos tentar interagir no mesmo nível com alguém de 20, soa, no mínimo, mínimo mesmo, patético.

E por aí foi dona Casé, lembrando com todo esforço (que atriz!) de alguma gíria (carioca) entre a moçada (carioca) super jovem (carioca) o que foi novo anteontem (para carioca) e é jurássico hoje (para carioca).

Para mineiro entender.
Para paulista refletir.
Para nordestino sacar.
Para gaúcho chorar.
E para eu implorar.

Deus, me livrai da tv aberta!
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sexta-feira, 19 de junho de 2009

Monkey gone to heaven

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Já é a quarta ou quinta vez que sou convidado/obrigado a ouvir e comentar sobre o tal "macaco da novela que pinta e faz fama".
Dói.

Não o macaco, mas a referência ele-formou-em-artes-então-vai-ter-comentário-sobre-o-assunto.

Nunca vi o tal macaco.
Ou suas pinturas.
E/ou a novela.
E, tá, não me acho mais esperto ao dizer que não acompanho novelas.
Não acompanho é tv mesmo.
Falta de paciência.
Gosto de ver futebol, aquele aquário-verde-gratuito(!?) de duas horas.

Mas, como parece realmente interessar algumas pessoas meu comentário sobre isso, lá vai.
(Já acho incrível alguém querer ouvir qualquer comentário meu, sobre qualquer coisa)

Vamos ao que sei sobre a situação, de ouvir falar:
01 - O macaco pinta institivamente os quadros.
02 - Um personagem vive a fama dos quadros pintados pelo macaco.
03 - todos se admiram pelas "pinturas".

Ok, ok, ok.
O autor da novela quiz zoar, óbvio.
Minha primeira questão é se ele é somente estúpido, dizendo que o personagem-macaco realmente pode fazer como qualquer pintor abstrato.
É tipo humor classe média burra, mas ok.
Somos todos macacos, etc.

Talvez ele queira apenas fazer uma brincadeira com o tema, mas acho improvável.
Coisas de macaco.

No dia mais acessível, saí com essa, quando fui interpelado:
"o macaco não poderia de forma alguma chegar ao apuro de um artista abstrato, já que esse parte de estudos de construção e desconstrução, tanto teóricos quanto técnicos, para se chegar ao resultado final."

Eu estava de bom humor e não queria dar brechas para discussão.
Funcionou, acho. Tive silêncio, respeito e concordância.


A classe média ri, arrota e grita: "é mesmo, o macaco fez igualzinho aquele que vi no museu".

Ah sim, a classe média brasileira vai em museu/galeria.
Fim de semana tirar foto com os filhos e/ou a namorada.

O pobre, aquele que trabalha pra classe média, ou faz parte dela um degrau abaixo (o mezzo-pobre, sei), ri junto com o patrão.
As vezes ele não teve chance de estudo.
E/ou só quer continuar no emprego.
Invariavelmente, ele quer agradar o chefe, rindo junto.



The Smiths - Heaven Knows I'm Miserable Now (Morrissey e seu emprego)


É.
O macaco faz igualzinho.
Manda banana pro macaco, manda!

Saco.
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quarta-feira, 17 de junho de 2009

Wake Up Little Susie

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MULTIMISTURA

Toda quarta, às 22:00.
Rádio UFMG, 104.5 BH.
Ou ouça pela web: http://www.ufmg.br/online/radio/


Nessa quarta (17/06/09), DOO WOP, um tipo de som experimentado por grupos vocais nos anos 50 e 60 nos Estados Unidos.

Próxima quarta, (24/06/09), uma visita à música pop francesa, de Serge Gainsbourg a Mano Negra, passando por Daft Punk, entre outros.

Na quarta-feira do dia 01/07/09, voamos ao universo do mestre George Clinton, um dos grandes da música negra americana dos anos 60, 70.

E finalmente, dia 08/07/09, caímos no submundo do Velvet Underground, visitando também a carreira solo de seus integrantes.



..............Mano Negra - Sidi H'' Bibi + King Kong 5


Ouçam se puderem,
elogiem se quiserem,
desdenhem mas finjam que ouviram se me encontrarem.
Eu não vou perguntar o que acharam se caso os encontrar.
Só se for questionado.
É porque sou humilde.
Fui!!!
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sexta-feira, 12 de junho de 2009

Impromptu

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Já viu rockstars falando sobre suas músicas?
Bom, se você já viu jogadores de futebol falando sobre o jogo, dá no mesmo.



........................Ação entre Amigos? (2001)

Clichês.
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quarta-feira, 10 de junho de 2009

Bringing it all back home

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Os tempos de reciclagem podem ser interessantes.
Você as vezes não sabe o que fazer com as explosões de referências que são despejadas em seus olhos e mente.
E voltar a cabeça pra trás pode ser uma vantagem, não um passo perdido.

Em 1965, Dylan arrebentou uma platéia purista num festival tradicional de música folk.
Sua arma era uma guitarra elétrica.
De repente, o rock já não era tão estúpido.
No fim de 66, Dylan já estava achando aquilo tudo imbecil demais.

Era hora de olhar pra trás.
Todos elétricos.
Parece muito com hoje, internet, informação, downloads.
Dylan deu as costas.
Só queria a paz no campo e pinturas livres.

Alguns sacaram a transformação.
Outros, apenas sentiram-se mais perdidos do que já estavam.


...........The Byrds & Earl Scruggs - You Ain't Going Nowhere


Lembro que quando eu tinha 10 anos, nenhum parente próximo a mim, amigo, conhecido.
Eu não sabia de ninguém que havia partido.
Hoje.
Avós, pais de amigos se vão.
Até amigos, chegados.

É quando pensamos em certas coisas?
Bom, já estava pensando nelas antes.
Crise dos 30 é isso aí.

Hora de trazer tudo de volta pra casa.
Eu sou minha casa.
Aqui eu sou rei.

Vento idiota.
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segunda-feira, 8 de junho de 2009

The rain falls hard on a humdrum town

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Triste, o dia.


........................Rolling Stones - Waiting on a Friend

"I'm just trying to make some sense"


Grande William, esteja bem, onde estiver.
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sexta-feira, 5 de junho de 2009

Don't ask me anymore stupid questions

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Até que ponto somos dominados por nossa própria cultura?
Porquê você ri quando não entende?
Até que ponto nossa cultura (des)respeita a do vizinho?
Porquê você ri quando não entende?
Até que ponto somos preconceituosos?
Porquê você ri quando não entende?
Até que ponto rimos das diferenças dos outro?
Porquê você ri quando não entende?
Até que ponto somos burros por isso?
Porquê você ri quando não entende?

Minha cultura que passei a ignorar?
Ex-cultura.
Culpa minha se ela é feita somente de esculturas.
Ocas.
Vazias.
E cheias de culpa.
Mas eu não a odeio.
Só não faz mais parte de mim.

Será?



....................The Haka - New Zealand x Tonga (rugbi)


No fim.
Me pergunto.
Até que ponto eu odeio Engenheiros do Havaii?
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quinta-feira, 4 de junho de 2009

A Simple Prop to Occupy my Time

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Interessante quando algo é realizado de forma a se tornar só mais uma peça no mosaico, mas nem por isso deixa de chamar atenção.
Quando na Universidade, fui bolsista de estudos sobre o diretor italiano Pier Paolo Pasolini.
Com um universo à parte, Pasolini em sua obra fez sua leitura da sociedade e seus medos, receios, delírios, etc.



Mas sempre, uma pequena parte de sua obra, me chamou atenção.
Talvez mais atenção do que deveria, já que sempre achei essa parte, retirada dos créditos iniciais de "Gaviões e Passarinhos", algo que, a não ser que minhas suspeitas sejam totalmente erradas, pouco tinha a ver com a obra do diretor.
Parece ter mão de outra pessoa.

Quem sabe Ennio Morricone?



..........Pier Paolo Pasolini - Uccellacci e Uccellini (1966)

Mas, precisa saber quem é o criador dessa pérola, onde a soma das partes (cinema, música, e porque não, teatro?), resultam em um todo maior?
Não se perca em nomes.
Não é isso que dignifica a obra.


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terça-feira, 2 de junho de 2009

Give the Dog a Bone

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Dia desses, estava eu observando um poodle.
Que coisinha.
Se pudesse ser um cachorro, não queria ser um poodle.
Um vira-latas me faria mais feliz.

Que diferença faria se eu me tornasse um poodle?
Eles tem os mesmos compromissos inadiáveis.
Tosas.
Fitas no cabelo.
Banhos.
Badulaques.
Mimos.
Ficar "lindo" para sua dona perua?
Rações.
Tudo isso vira necessidade na vida deles.
Papai poodle era assim também.
O jovem poodle percebe que sabe extamente como vai morrer?



....................The Statler Brothers - Flowers on The Wall


Que diferença faria se eu me tornasse um poodle?
Eles tem os mesmos compromissos inadiáveis.
Estudar.
Trabalhar de 8 às 5.
Pegar trânsito.
Contas.
Mais contas.
Famílias.
Filhos.
Engordar.
Torcer pra um time que provavelmente vai perder?
Ser bem sucedido.
Tudo isso vira necessidade na vida deles.
Papai poodle era assim também.
O jovem poodle percebe que sabe extamente como vai morrer?

Alguém conhece um poodle feliz?
Te indico três vira-latas sorridentes.
Ali na esquina, brigando pelo lixo.
Mortos de fome, é verdade.

Um cachorro me sorriu latindo.
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