sexta-feira, 29 de maio de 2009

My mind is playing tricks on me (I Live by the Sword...)

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...e morrerei pela espada".

É o que esperamos das grandes figuras.
Sejam elas políticos, músicos ou atores.
Esperamos mais de músicos e atores do que de políticos, é verdade.
Queremos a ilusão.
Mais um minuto de magia e perda, por favor.



...............Bob Dylan - Only a Pawn in Their Game (Newport '63)

Políticos são sinceros demais.
E isso não foi uma piada.
É que eles são muito humanos.
Roubam, mentem, simulam, dissimulados.
Iguaizinhos a todos nós.

Músicos, atores, artistas, esses não.
Os tipos estão além da humanidade.
Não poderão falhar jamais.
Ou seremos implacáveis.

Ou do contrário, não serão interessantes.
Mesmo, com isso, sendo bem óbvios.
Eles devem manter a magia.
E perder a humanidade.
E tudo o mais que o valha.

Ai deles se mentirem, omitirem, se desviarem.
Vão perder os fãs.
A magia.



...............Bob Dylan - Like a Rolling Stone (Newport '65)


Serão mais dignos, ao menos.
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quarta-feira, 27 de maio de 2009

Get Ready!

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Post só para reafirmar o óbvio, com milênios de atraso.
A remasterização dos singles dos Temptations é uma das coisas mais lindas que já ouvi!
Pena que não saiu dos discos inteiros.
Só ouvi hoje, de bobeira.

Corra atrás!
Compre!
Roube!
Pirateie!




.........................Temptations - Shout

Invariavelmente o jeito, ouça!
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terça-feira, 26 de maio de 2009

Nothing Was Delivered

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Você já ouviu falar de Pogues?
De U2, já, certo?
Pois é.
O que os dois nomes tem em comum?
Ambas são bandas irlandesas.
Bandas com integrantes irlandeses.
Afirmo a frase acima, para justamente explicitar algo.




...................Pogues & Dubliners - Irish Rover


Não duvido do patriotismo dos integrantes do U2, e nem é isso que quero discutir.
É questão estética.
Mas a música deles, a 'arte' deles, não tem referência estética irlandesa.
Diferente dos Pogues, que usam elementos musicais e estéticos irlandeses.
Algo como comparar Zeca Pagodinho com Legião Urbana.
Sacou?
É, sou péssimo com comparações, não foi isso o que pedi pra sacar...

Zeca Pagodinho tem muito mais elementos "brasileiros" que Legião.
Isso é fato.
E, em termos, não é isso que diminui ou aumenta a importância de ambos.
Mas um gringo, com quase 100% de certeza, buscaria o Zeca em vez do Manfredini.
Pelo exotismo?
É isso então?

Acho que não.
Se fosse assim, por esse olhar, os Pogues seriam mais procurados que o U2, não?
São exóticos.
São feios.
E tem uma música diferente da restante do mundo, mesmo tendo elementos de música pop.
O Zeca também tem influência pop.
O Legião Urbana não tem influência do Pogues.
Parecia um U2.

Partindo desse princípio, sendo bem símio, parto para duas hipóteses:
01: gringos realmente acham brasileiros palhaços, macacos, bobos-da-corte, e riem de nossas micagens, fingindo interesse.

02: nossa música realmente chama muito mais atenção que qualquer outra no mundo. Principalmente a irlandesa.

Como brasileiro, e nunca desistindo, escolho a opção óbvia.
Mas tem muito mais coisa aí.

Pode-se pensar que a Europa e a América (*), tem um olhar mais amplo que o nosso.
Será?
Acho nossa propaganda muito boa.
Mas acabo considerando que a música brasileira só encontra par com a americana, que influenciou o U2 muito mais que a própria música natal deles.
Blues, Jazz. Rock, Pop...
Influenciou o Manfredini.
E a mim...

E, a gente, então passa a perder para os americanos quando existe um Legião Urbana em nossas vidas?

Viva a propaganda!

(o detentor dos direitos deste blog assume gostar mais de Coca-Cola que de Guaraná)
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segunda-feira, 25 de maio de 2009

The Ways You Do, The Things You Do

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As influências sujas.
Você não vê um pai indicando ao filho uma obra de Damian Hirst.
Pollock.
Você com certeza não vê um pai indicando a um filho um filme de Pasolini.
Bunuel.
Parentes podem até ser bons conselheiros.
Mas no sentido de abrir mentes, é difícil.

Porque as 'boas-más' influências vem das ruas.
Filme não convencional; vai ser no máximo Fellini, a indicação familiar.
Arte não convencional? um Picasso e olhe lá.
Mas não queira também tudo de mão beijada.
Você que corra atrás.
E você vai querer também, porque os pais sempre estarão errados.
Pelo menos até você fazer 30 anos.

E ai você vê como fica cada vez mais parecido com eles.


............Red Hot Chilli Peppers & Parliament Funkadelic


Mas, antes disso, você vai fazer sua trilha.
E tem coisas que acabam por moldar sua personalidade.
Se não permamentemente, pelo menos no momento.

Foi comigo em relação à black music, funk music.
Um achado, que estava ali na esquina já tinha anos, bem antes de eu nascer.
Porque eu era do rock'n'roll.
Com (quase) todos os pejorativos possíveis do termo.

Pois a black music já foi o rock, já foi o jazz, já foi o soul, já foi o funk.
Ainda é o funk.

Um arco grande.
Funkadelic!
Essa banda, criação do malucaço George Clinton, acho que até hoje não teve sua dimensão medida.
Que não tenha.

E essa black music que me fez olhar pro meu próprio umbigo.
A voltar a ouvir música brasileira.
Porque durante a aborrescência, era a música dos pais, dos tiozões.
Era chato.
Mas dar uma olhada pra fora do muro?
Novos caminhos.
Que acabaram por me redirecionar pra dentro de casa.
Irônico.
Pra prateleira onde estavam os Jorges, Tims, Toms, Joões, etc.
Prateleiras velhas.
Como nossos pais.



................................Jorge Ben & Trio Mocotó

Mas isso não foi uma derrota.
Justamente o oposto.
Só descobri que o Sid Vicious não era o único malandro.
Na boa, Adoniran era mais, muito mais.
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sexta-feira, 22 de maio de 2009

All the Things Must Pass

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Homenagem à Zé Rodrix.

Independência ou morte.
Descanse em berço forte.




..........................Som Imaginário - Feira Moderna

"E eu nem li o jornal..."
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Well If I'd Have Wings

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(Post bem pessoal. Bem, qual não foi até agora?)


Mudança de rota.
Começa da morada.
Mais adiante, o trabalho.
Novos rumos são necessários.

"I get so tired
Hangin' around this town"


Planos?
Muitos.
Já sei que a maioria não sairá dos planos.
Mas custa muito.
Custa minha vida arriscar.
Minha vida.


.......................Fred Neil - Badi-Da


Tenho um curta-metragem pra finalizar.
Tenho outro curta para espalhar por aí, que está na gaveta.
Tenho outro curta.
Tenho uma vida.
Curta.

"All this old city life
Should bring us fellow down"

Estou dando no pé.
Mas sem a sorte do casal que teve depositado 12 milhões na conta por engano.
( http://noticias.terra.com.br/interna/0,,OI3777873-EI188,00.html )
Pegaram a grana e deram no pé.
Assim é fácil.

Tenho muito a fazer.
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terça-feira, 12 de maio de 2009

Do it again

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Jabá, o retorno.
Pra ficar na cabeça.
Essa semana, (13 e 16 de maio) música alternativa dos anos 90.
Fui!






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segunda-feira, 11 de maio de 2009

Time to Pretend

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Normalmente interesso por bandas por conta de um suposto contexto social.
Não é regra, mas é o que costuma me atrair de início.
Mas fico realmente intrigado as vezes quando isso não acontece, e crio afeição pela banda.

Atualmente, fiquei assim com o MGMT.
Porquê?
Eles não são inovadores.
Eles não fazem parte de nenhuma manobra estética.
Nenhum contexto político.
É apenas afeição.
É pessoal mesmo.




...................MGMT - This Must be the Place (Talking Heads)


Nesse vídeo, eles me lembram eu mesmo.
Não, eu nunca usei bandana.
Não é por aí.
Me fez eu me sentir com 20 anos.
Ou 15.
Ou 10.
Não só por essa música, que é velha mesmo.

Nada demais.
É só afeição.
Aquela nostalgia de nada mesmo.
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The Man in me

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Analogia do universitário pós-formado.
(a colação era só o começo...)


Você é um grande barco.
Navega em oceano límpido, mas cheio de (boas?) surpresas.
Esbarra em um pedacinho de gelo.
E pensa que não é nada.
Mas aquele pedacinho de gelo te segura.
E você percebe então um grande rombo no casco.
Tenta emendar, quer voltar pra dentro do barco.
Esse barco é cheio de firulas, sonhos e rococós.

Mas você percebe que é impossível prosseguir nele.
Tem de encarar aquele pedaço de gelo.
Que você descobre ser um gigantesco iceberg.



Mas tudo bem.
Esse iceberg é um mundo novo.
Duro feito pedra.
Que você vai ter de encarar.
O mundo externo.
Será essa dureza a vida toda?
Essa pergunta é cheia de sentidos.
Mas agora você depende desse maldito iceberg.
Bendito iceberg.

Ele te dará o pão.
E matará todos seus sonhos.
Como é frio esse iceberg.



.............Happy Mondays - Wrote For Luck (Manchester, 1989)


Você o terá pela vida toda?
O risco é seu.
Já estou com a dinamite preparada.
Pro inferno com essa montanha de gelo.
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sexta-feira, 8 de maio de 2009

Fake Plastic Trees

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Sua rotina entrou pela porta dos fundos?
Você nem a percebeu, amigo?
Amigo, não?
Ah sei, seus amigos já não são os mesmos.

Está frio lá fora, hun?

Contas para pagar?




......................Tubeway Army - Are Friends Electric

Não há tempo para violinos e a falsa sensação de liberdade que eles causam.
Pelo menos eu sempre senti isso em relação a violinos.

"So I find out your reason
For the phone calls and smiles"

Seus amigos estão lutando pelas próprias vidas.

I'm operator with my pocket calculator.
Foi um recado direcionado a mim mesmo, e aos amigos.
Tecle ESC para sair.
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quinta-feira, 7 de maio de 2009

O que se crê não cria, o que se vê não se via

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Em 1992, a banda Faith no More lançou um disco chamado Angel Dust.
Em 1991, Faith no More era a banda de axé no Brasil.
Esquema rádio povão: só sucesso!
Em 1992, eles já eram sucesso antigo.
Em 1992, eles inventaram o som do sucesso de 1999, 2000.

Duas observações aí.
Numa comparação inversa, veja a banda Titãs hoje.
Eles direcionam suas músicas para o esquema povão.
Aquele do toca-na-rádio-toda-hora-que-eu-decoro.
Funciona.
Vende no momento.
Mais não agrega.
Nem inclui.
Não agrega um público fixo.
Nem acrescenta nada à cultura popular.
Em 1991, o Faith no More fazia sucesso povão.
A onda era a do funk-o-metal.
Quem viveu lembra.
Ah, claro, o Faith no More descia.
O Titãs não.
Não hoje.
O Titãs antes agregava. (vai lá, tiveram uma fase, entre 86 e 89)



...................Faith no More - Epic (ao vivo no Rock in Rio 91)


Mas, o foco desse post.

Em 1992, Faith no More inventara o som do sucesso de 1999, 2000.
O fim da década passada e começo dessa década.
O famigerado e odiado Nu-metal.

Odiado por mim, pelo menos.
Que adora Angel Dust do Faith no More.
Porquê essa dualidade, de gostar do disco que criou as bases de um 'gênero' e odiar o mesmo?
Não é porque saiu do gueto, como parece ser o formato estético de quem se coloca em um gueto.
Sim, porque parece a concepção de alguns, primar pelo "só eu e meus amigos conhecem, só eu e meus amigos gostam. O contrário, não procede."
Mas não é o caso, em termos.
O termo que procede é que o excesso, ou, principalmente, a rotina.
Essa maldita é que me mata.
Porque virou clichê.
Porque os que diluiram não chegavam no nível.

Não culpo o Faith no More.
Que depois se diluiu.
E morreu.

Culpo os Titãs.
E escreve aqui quem ouviu até furar o Cabeça Dinossauro/Jesus não tem Dentes/Blesq Blom quando criança/adolescente.


Os Titãs hoje fazem música pra tocar em novela.
Tenho um CD de Angel Dust com um balãozinho: contém o sucesso Easy, da trilha de Bebê a Bordo
Tem algo engraçado e irônico nisso, assim como fazer uma versão dos Commodores.
Não tem nada engraçado na trilha de novela dos Titãs.
E se for ironia, eu sou um estúpido, pois não percebi.

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