segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

1992

"Baby let me show you how to do dis
you ve gotta move this"
Hehe. Pois é.
Em 1990, 91, a onda era isso aí. Não vou ser metido a besta de dizer que aos 11 eu ouvia Bob Dylan 24 horas por dia. Conhecia Dylan, mas ainda não CONHECIA Dylan. Tem uma diferença aí. Mas eu tinha 11 anos. Com 11 anos eu queria andar de bicicleta, jogar bola e ouvir Technotronic. Haha. Curtia também Faith no More, e já odiava Guns'n'Roses. Culpe as garotas com pastas-fichário por isso.
1992. A revolução.
Você pode pensar: "lá vem ele falar de nirvana, grunge, pearl jam..."
Nirvana foi legal pacas, mas pra caras com mais de 15, talvez mais. Eu tinha 12. E se você perguntar pra algum moleque da época, mesmo os de 15, todos vão lembrar do verão de 92 como o verão de Street Fighter! Isso mesmo, Street Fighter, o fliperama.
"youve gotta move this youve gotta move this"
O Grunge serviu de ótima trilha sonora, claro, mas digito aqui uma época em que isso era um fundo, ambient (me perdoe Brian Eno), mas na época, nada fez mais efeito na cabeça da molecada que aquele joguinho japonês. Nada. Música? Garotas? Fumo? Skate? Legal, mas nada fez mais "vítimas". Eu fui uma. Tomei pau na sexta série. Minha mãe dava a grana do lanche e do ônibus. Chegava a ir a pé (quando ia) pro bairro da escola pra poder comprar mais fichas. O do lanche era certo. Em 1992 devo ter comido 2 coxinhas e um refri, no máximo.
"People dont you know...."
Era sensacional; a trilha que ia ficando mais rápida a partir da perda de sangue dos lutadores, os gráficos chamavam atenção na época, jogabilidade, e, o principal: a socialização. Street Fighter fazia os caras de 11 serem iguais aos de 15 (pelo menos em circunstâncias favoráveis, dependendo era melhor não jogar contra o cara ou deixá-lo ganhar, rs), o filhinho da mamãe podia desafiar o moleque de rua, ou vice-versa: a ficha era uns 20 centavos hj, coisa que o moleque de rua "arranjava" fácil, isso não importava: bom era o cara que tinha a manha, sabia dar os golpes, "tirava" a ficha do oponente. Aí, na boa, o cara bom se exibia, tinha moral entre os caras, algumas garotas até davam mole pro sujeito, hehe. E o cara bom tomava pau na escola. Aconteceu com metade da minha turma. Sério.
No fim do ano, com o ano perdido, e outros jogos aparecendo, o grunge já explodindo os Poison e Mc Hammer, o "sonho" tinha acabado. Era o fim da infância, adolescência recheada de espinhas ali em dezembro. Dylan podia esperar.

"People dont you know, dont you know...."

Nenhum comentário: